terça-feira, 26 de maio de 2009

NOVAS FRASES DE HUMOR DO V-NEWTON

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RELATIVIDADE
O problema do artista que mora nos pólos e pretende fazer sucesso da noite para o dia, é que vai ter de esperar no mínimo uns seis meses.
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FRASES PARA O DIA A DIA
Se refestelando feito urubu em atropelamento de cachorro.
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REFORMA ORTOGRÁFFICA
Daqui para a frente, os gramáticos e filólogos pretendem não mais encher linguiças. De tremas.
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O QUE É QUE O BAIANO TEM...
Dicas seguras para as garotas identificarem um Filho de Gandhi no carnaval da Bahia (baseado num artigo de jornal)
1- O sujeito usa perfume barato, de supermercado; para ser mais específico, alfazema;
2- Não usa cueca, e você já vai saber o porquê;
3- Sua urina é altamente corrosiva, corrói até pilastras, portanto, na companhia de um, evite ficar em baixo de pontes enquanto ele urina;
4- Se você for daquelas que pulam carnaval de chupeta, na companhia de um depois da festa prefira essa chupeta mesmo, e não preciso repetir o motivo;
5- Depois disso tudo, se você tem coragem de confiar sua periquita à um cara desses, o problema é teu. E depois não vá falar que eu não avisei!
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ATINAÇÕES
Sou progressista o suficiente para não ser da Igreja Universal, mas conservador demais para ser da Católica Carismática.
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ATINAÇÕES
No fundo de todo DJ, há um músico frustrado que mal sabe assoviar e batucar numa caixinha de fósforo.
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DAYDREAMING
Padeço, com freqüência, da síndrome de Balão Mágico: “Eu vivo sempre no mundo da lua”...
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ATINAÇÕES
O pinto do Davi do Michelangelo: um pinto no estado mole, mas duro que nem uma pedra.
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INSETOS
As baratas são ante-diluvianas, mas as esperanças são as últimas que morrem.
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PONTO DE VISTA
Se Adão fosse japonês poderia tapar o sexo com folha de parreira bonsai. E não preciso dizer o porquê...
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NOVAS DEFINIÇÕES
- Pleorama: é toda aquela paisagem que a bicicleta ergométrica não te permite ver.
- Taxidermia: quando o taxista esfola o cliente.
- Hipócrita: aquele que segue à risca os princípios da boa moral, desde que eles não comprometam sua vida de vícios.
- Diplomacia: a arte de emitir flatulências apenas em lugares barulhentos e mal cheirosos.
- Demagago: uma pessoa que não acredita em promessa alguma e pretende que os outros acreditem nas suas.
- Ateu: uma pessoa que pretende tirar Deus da boca das pessoas, enquanto ele é o que mais fala no Próprio.
- Estado de coma: limbo entre a vida e a morte.
- Calvário: drama dos calvos.
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CISMAS DE GENIOZINHO
– Paiê, ô pai?
– O que foi, filho?
O senhor sabe a diferença entre severamente perverso e perversamente severo?
– Uns tapas na orelha resolve essa sua dúvida?
– Ãããhhh?!
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NÃO CONFUNDA
Não confunda a conversa do Vicente Celestino com a conserva do Celeste Vicentino.
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NOVO MUNDO
Chegará um dia em que o homem se dará conta que é a calçada que estraga a árvore, e não a árvore que estraga a calçada.
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HUMOR SEM GRAÇA
– Quo vadis?
– O que você está me perguntando?
– Quo vadis?
– Para mim você esta falando grego...
– E estou mesmo!
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DESDITADOS
Em água que tem tubarão martelo macaco prego toma água de canudinho.
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POEMETO
Minha terra tem terreiros
E a granja do sabiá,
Mas aves de galinheiros
Não granjeiam como lá
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GANDAIA CIÊNCIA
Temos ciência o bastante para nos indispormos uns com os outros, mas não religião suficiente para nos bem-queremos.
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FÁBULAS
– Moço, o quiocê qué sê quando crescê?
– O mesmo de sempre...
– Como assim?
– Meu amigo, eu sou o Peter Pan...
– Nossa!! É memo!!...
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DOAÇÃO DE ÓRGÃOS
Enterrem meu coração na curva do rio. O resto pode usar como isca...
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segunda-feira, 11 de maio de 2009

AFINAL, ROCKEIRO BRASILEIRO SEMPRE TEVE CARA DE BANDIDO?

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Até pouco tempo atrás, eu não concordava com a famosa frase setentista de Rita Lee, a de que “Rockeiro brasileiro sempre teve cara de bandido”, frase que inclusive virou verso de uma música sua, o rock Ôrra, meu! (Lança Perfume, 1980). Ela própria, por seu envolvimento com drogas, foi vítima do sistema: Rita, em agosto de 1976, aos três meses de gravidez, foi presa em sua própria casa, sob a acusação de porte de drogas, num dos fatos de truculência explícita mais revoltantes da ditadura que vinha dominando o Brasil desde 1964. Imaginem uma mulher jovem, no meio de um monte de cabeludos a banda Tutti Frutti (foto) , abrindo as portas para o rock brasileiro feminino e com músicas falando de drogas em plena época da ditadura! O site CCUEC, da Unicamp, escreveu:

"Rita Lee foi roqueira num tempo em que o fato de ser roqueiro era caso de polícia ('... roqueiro brasileiro sempre teve cara de bandido ....'). Os cabeludos eram muito discriminados e eventualmente presos, e uma mulher roqueira era uma afronta quase insuportável."

Hoje, eu vejo a coisa por outra ótica: é que a polícia da época implicava com os cabeludos, não que eles fossem bandidos realmente o problema era cisma mesmo com gente do ramo: rockeiros, motoqueiros e hippies e, reconheça-se, o envolvimento com drogas a maconha e o LSD eram indissociáveis da cultura riponga... Houve, na história do cinema brasileiro , uma banda de rock psicodélico, a Spectrum, responsável pela trilha sonora daquele que é considerado o primeiro filme hippie nacional – "Geração Bendita: É isso aí bicho!" (1971) que durante as filmagens, membros da banda e artistas foram presos e tiveram seus cabelos raspados pelas autoridades moralistas da cidade carioca Nova Fibrurgo.

É um episódio para lá de marcante e hilário o pessoal preso durante a filmagem! O jornal acima relatou o que o delegado disse ao autuar os artistas em plena filmagem:

“- Corta! Está todo mundo em cana. Ninguém sai de cena. As representações serão, agora, no xadrez, mas com artistas carecas e todos de banho tomado, asseados e limpos.”

Vale lembrar que o movimento rock é que é o determinante no aparecimento dessas tribos, e não alguma forma de bandidagem ou violência. Convém lembrar também que esse pessoal da "Era de Aquarius" não era "inimigo" do estlablishment e tampouco sonhava em tomar as rédeas do controle social, para transformá-lo, no mínimo, em uma revolução contracultural, mas o que eles queriam mesmo apenas era curtir o espírito da filosofia da Nova Era, colocar o pé na estrada num estilo de vida baseado no ócio, voltar à natureza, se amar em liberdade, montar uma banda, transar artesanato, etc., em suma, nada mais nada menos que a utopia escapista da filosofia hippie. Mas o sistema pegava pesado com eles, e em se falando dos hippies, na época, o chefe de relações públicas chamou-os de de "inimigos irreconciliáveis da higiene, cheios de parasitas e frequentes portadores de doenças contagiosas (uma clara alusão às doenças venéreas e à hepatite, subprodutos do amor livre e das injeções de drogas)." Também a morte de grandes ídolos internacionais por seu envolvimento com drogas (Hendrix, Brian Jones, Janis Joplin e Jim Morrisnson), colaborou (e muito) para estigmatizar o pessoal ligado ao rock.

Me recordo que, em minha cidade (Araras/SP), era só a polícia passar e ver um bando de cabeludos em atitudes que nem precisavam ser suspeitas, e lá vinha a tal da “geral”... Aquela moçada feliz, descontraída, "cabeça feita", bebendo cerveja, coca-cola, fazendo ou ouvindo um som e se amando em liberdade, realmente incomodava os “meganhas” acostumados até então com o ingênuo, pacato e ultrapassado footing na praça principal...

Curiosamente, já na época da Jovem Guarda, a cisma com os cabeludos (as inocentes franjinhas dos Beatles...) já dava ibope negativo: uma indústria alimentícia disse que "'aquele cabeludo' daria indigestão aos cliente de sua comida." O cabeludo era nada mais nada menos que o Roberto Carlos ...

Ao contrário do Brasil, nos EUA os hippies eram considerados vagabundos inocentes. Já polícia brasileira da época sabia sim quem eram os verdadeiros bandidos, e para ser bandido não era necessário ser cabeludo, mas simplesmente ser bandido, independente da aparência. Aliás, roqueiro brasileiro nunca posou de visual bandido. Uma coisa era ser consumidor, outra era ser traficante, e a maioria dos rockeiros daquela época, ao que eu saiba, eram apenas consumidores, fato que, reconheça-se, não os exíme da cumplicidade na contravenção. Como bem sabemos, tanto o Raul Seixas quanto a Rita Lee – nossos papas do rock –, nunca traficaram, mas eram usuários, fato que nunca negaram o Raul bem o disse em seu hit “Não quero mais andar na contra-mão”:

"Hoje uma amiga
Da Colômbia voltou
Riu de mim porque
Eu não entendi
Do que ela sacou
Aquele fumo rolou
Dizendo que tão bom
Eu nunca vi...”

Cita-se que depois que a revolução empreendida pelos tropicalistas passou – caldeirão cultural onde se incluíam a psicodélica banda Os Mutantes , o rock tupiniquim foi alçado à uma posição marginal no cenário da música brasileira. Em pleno apogeu da era do desbunde – de um lado a emergência da MPB, e de outro o clima pesado da política repressiva – , tudo isso concorreu para que na década de 1970 como queria a Rita Lee , o roqueiro brasileiro tivesse "cara de bandido", lembrando que o Maluco Beleza, por seus diversos problemas, foi um dos que mais “colaboraram” para a difusão desse estigma equivocado.

Agora, analise a situação: a maioria esmagadora dos favelados e marginais daquela época não eram cabeludos e barbudos (como forma de distinção de tribos, se assim posso dizer), e nem se trajavam com os adereços típicos dos rockeiros, ou seja, faixas na cabeça, pulseiras, colares, anéis, blusões de couro, botas, tachinhas, etc., aliás, que eu me recorde, bandidos nunca trajaram roupas típicas de rockeiros, no máximo as famosas calças "boca-de-sino" e sapatos "cavalo de aço". Tampouco o sotaque peculiar dos rockeiros tinha a ver com os verdadeiros bandidos. Na foto, bandidos da década de 80 presos em Porto Velho, após assalto ao Banco do Brasil. A legenda original diz que eles pareciam um time de várzea. Alguém aí vê alguma semelhança com roqueiros?

Mas, afinal, aonde quero chegar? É que, atualmente, a frase da Rita Lee tem ser refeita para se adaptar aos tempos atuais, digo, adaptada com mais propriedade: "Funkeiro brasileiro sempre teve cara de bandido". Mas porquê desejo isto? Veja agora os funkeiros e rappers da atualidade: cabeça raspada, touca (em pleno Verão!), tatuagens pesadas – é o mesmo visual dos malandros e contraventores das periferias, das favelas, os mesmo gesticular característico, as mesmas gírias de cadeia, o modo de falar com a mesma entonação de presidiários, em suma, é difícil distinguir um dos outros, aliás, a pergunta que fica é que se são os funkeiros e rappers que se vestem de bandidos, ou vice-versa... Aliás, parece que, atualmente, até membros de torcidas violentas de futebol adotam esse visual... (na foto, um bandido carioca moderno). Em tempo, não nos esqueçamos (jamais!), a ligação entre o cruel assassinato do jornalista Tim Lopes e funkeiros cariocas...

Um site, denominado Funk de Raiz, traz este texto como abertura:

“Em meados dos anos 90, há uma pequena reviravolta no mundo Funk. As equipes de som promovem Festivais de Rap's nas favelas onde haviam bailes e lançam em discos as gravações lá realizadas. Assim surgiram os MC's cantando funk nacional, conhecido como RAP.”

Inclusive, este site menciona como referência, e com orgulho, o nosso grande DJ Big Boy (foto) como se ele tivesse algo a ver com esses bailes funk modernos... Mas, se teve, a deturpação foi total. Nosso maior e inimitável DJ deve estar se revirando em seu túmulo! A propósito, bailes promovidos pelo Big Boy – o grande “Baile da Pesada” –, tocavam Funk verdadeiro (e muito rock e outros estilos também, ou seja, muita diversidade), algo muitíssimo superior se é que se pode comparar – essa escória de rap e funk que se ouve por aí. Saiba, clicando aqui, quem foi essa fera.

Musicalmente falando, isso que esses cariocas chamam de funk, não tem nada de Funk (com F maiúsculo) – o que aconteceu, na verdade, é que o verdaeiro Funk foi vilipendiado por uma confusão estética, se é que os curtidores do falso funk tem noção disso. Esse "estilo" medíocre dos subúrbios cariocas não tem verdadeiros instrumentistas, suingue, groove, o vocal é linear e sem emoção, e o timbre da voz é horrível – resumindo, não são cantores em hipótese alguma, e tem mais, esse negócio ridículo de neguinho ficar esfregando discos de vinil e dizer que está tocando ou fazendo música, não passa de piada barata. As bandas de Funk autêntico – Funk primórdios da black music, de meados de 1974 até 1991 – chegavam à vezes a ter mais de 20 integrantes, tinham vocais excelentes e tocavam um estilo muito rico em se tratando de música instrumental. Quanto ao Funk carioca autêntico, só para ficar num exemplo, evidencio a grande (em todos os sentidos) banda Black Rio, do célebre Oberdan.

O site Ato ou Efeito, se referindo ao moderno funk carioca, o do estilo pancadão, traz o seguinte: “Não EXISTE música no Funk. É sempre a mesma coisa, sempre a mesma batida e sempre a mesma... coisa”. À esses alienados que desconhecem o verdadeiro Funk, recomendo uma simples audição do mega-hit “Get Off” da danda Foxy – ouçam neste link do You Tube. Agora, veja este funk, o Bonde dos 40 Ladrão, e sua clara apologia ao crime.

Veja agora um dos clássicos do funk original, a música "Pick Up The Pieces", um tema instrumental da banda escocesa Average White Band, peça que vira e meche o Quinteto Onze e Meia, a banda do Programa do Jô, executa:

Se referindo à uma gang de bandidos, o Mooca Chapa Quente, bando que assalta e estupra orientais, o site da Globo noticiou agora, em 19 de maio:

"Membros da quadrilha "Mooca Chapa Quente", que assaltava casas de estrangeiros na Zona Leste de São Paulo e foi presa pela Polícia Civil, não fazia questão de se esconder. Eles planejavam os crimes em bailes funks e divulgavam vídeos de armas e munição na internet. Quem faz parte do bando tem a tatuagem de um cifrão na mão."

O Mooca Chapa Quente e o Bonde dos 40 Ladrão são a mesma galera. Enfim, nada que uma "boa" cadeia resolva, aliás, já resolveu...

O disc jockey carioca Humberto DJ, por sinal nascido no mesmo dia, ano deste que voz escreve (mas no mês de agosto; sou de janeiro) , disse:

“Sou de uma época que o funk era regido pela essência da cultura musical, atrelado aos bons costumes e a prática da verdadeira parceria, com produtores cercados de ética, profissionalismo e um grande 'feeling' em determinar o que seria sucesso ou não.”

Poderia até dizer , à esta altura, que o que se salva no funk carioca são as letras e a mensagem que elas passam, mas, sejamos realistas: elas beiram a total alienação, mediocridade e baixaria é coisa de analfabeto funcional mesmo; e olha que, nestes tempos doidos, tem gente insensata (me refiro ao Wagner Montes!...) que cria projetos de lei querendo tornar o funk carioca uma manifestação cultural oficial. Em junho deste ano, a funkeira Fernanda Abreu (ex-Blitz) afirmou que o funk carioca é "estudo sociológico"... Vejam o que pesquisador de Ciências Sociais Antonio, o professor Fernando Borges, escreveu em seu blog:

Cada vez se produzem mais panfletos e menos obras literárias, sendo que no Brasil, como é de hábito, as coisas vão ao exagero: a pretexto de se ‘dar voz aos excluídos’, eleva-se à condição de literatura o discurso dos rappers e funkeiros, malandros e contraventores da periferia das grandes cidades.

O mesmo DJ acima, se referindo ao teor das letras do funk carioca, escreveu:

“Afinal, neste país quando o assunto é sexo, tráfico e sacanagem a massa aplaude, bate palma, acha engraçado, ao contrário de antigamente, cujo repúdio era mantido, ou melhor ainda é mantido.”

Como se vê, o Rio de Janeiro começou por roubar a capital da Bahia (1763), e agora compete com os baianos para ver quem faz música de pior qualidade: é bundaxé de um lado e funk do outro... Ai, que saudade dos bons tempos do James Brown (outro que está a revirar em seu tumulo) e do verdadeiro e original Funk!

Pois é, meus caros, como se vê, entre os "bichos" dos rockeiros e o "manos" dos funkeiros e bandidos há um abismo imenso... Flower & Power era paz e amor mesmo, e não essa apologia do crime, da violência e da banalização do sexo que fazem essa outra gente, isto para não falar da exploração sexual de menores nos bailes funks financiados pelos traficantes, na favela carioca da Vila Cruzeiro (vide Elias Maluco).

Galera, olha só o comentário que descolei numa comunidade do Orkut, a “Memorias de uma época!”, falando dos rockeiros e dos bandidos do Rio de Janeiro dos anos 70, comentário de um cara que vivenciou intensamente esta época:


“(...) E como ninguém era santo e nem tudo eram flores e boas lembranças, existiam as 'bad-trips' das chamadas 'bolinhas “marcha-ré' (Mandrix, Optalidon, Artânia...), xarope Pambenil (acho que era esse o nome), Melhoral moído no cigarro, fluido de isqueiro, chá de cogumelo, etc...OBS: mas tudo isso parece 'fixinha' tendo em vista do que se consome hoje !!!

Teve gente que tremeu na rua com a simples aproximação de um Dodge preto e branco (Camburão) ou a 'Joaninha', parando para 'dar um bote' nos 'Bichos cheios de grilos na cuca'?

Parece tambem piada, mas se não me falha a memória, só existiam 3 bôcas no RJ: Saçú, Cabeção e Inferno Colorido e nenhum 'bang-bang'na rua, nem balas perdidas, nem essa verdadeira guerra civil atual do trafico.”

O depoimento veio a calhar, e o cara resumiu tudo!

Enfim, viva o James Brown, a Rita e o Raul (e o Foxy também...), e, daqui para adiante, mais respeito com essa "geração bendita"!

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quarta-feira, 29 de abril de 2009

FRASES MINHAS PUBLICADAS NA ABERTURA DE MEU ORKUT

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TEMPOS MODERNOS

Em mulher que gosta de apanhar, bater com prazer. Em mulher que precisa apanhar, bater com penar.

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SARARA, UMA CIDADE ÀS AVESSAS

Em 1920, havia 21 engenhos de pinga em Sarara. Hoje, não há mais nenhum; em compensação, o que há de botecos cheio de pingaiadas!

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FRASES REFEITAS

De barlavento em proa.

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MONDO BIZARRE

O pato e o ornitorrinco: cara de um, focinho de outro.

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LIVRE INTERPRETAÇÃO

Cano de revólver: mictório de valentões.

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COMO DIRIA O MATUZALEM

Nada como um século após o outro!

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TERRA BRASILIS

Analfabetos funcionais: letrados que não funcionam.

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ATINAÇÕES

Câmeras de filmagem de prédios, bancos e afins são ótimas para se filmar Ovnis. Elas tem toda a má qualidade de gravação que as filmagens de Ovnis normalmente exigem.

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A NATUREZA ENSINA...

A nascente não é responsável pelo curso que o rio toma.

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FINAL FELIZ

... e o anjo ganhou a guarda da criança.

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INFANTIS

Xuro que eu nunca mais vou faxer ixo de novo: beixar a Xuxa. Vexam xó que xituaxão ficou minha boca!

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DESDITADOS

Em terra de filatelistas cegos, quem tem um Olho-de-boi é rei.

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sexta-feira, 17 de abril de 2009

O POLÊMICO CASO DAS CAPAS SEMELHANTES DOS ÁLBUNS DA BANDA DE ROCK INGLESA PALADIN E DA BRASILEIRA QUINTETO VIOLADO

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Recentemente, fuçando num blog estrangeiro, o Rock Rula 2, deparei-me com algo que quase me derrubou da cadeira: uma relativamente desconhecida banda inglesa de rock que lançou um disco com a mesma capa de um disco de uma banda brasileira nordestina – e, o mais estranho, ambos os discos lançados no mesmo ano! Mas a descoberta, que, à princípio, pensava ser minha, já estava na rede por obra de outros internautas, porém, ao que parece, a descoberta é antiga e andava esquecida há décadas. Como se verá, o assunto permanece um dos grandes mistérios do meio musical do planeta, uma vez que envolve um dos maiores artistas gráficos criador de capas de discos do show business mundial, o grande Roger Dean.

As bandas envolvidas são a britânica Paladin, de hardrock, com o disco “Charge!” (1972), segundo e último disco da banda, e a outra, a banda brasileira de estilo regional, o grande Quinteto Violado, com seu primeiro disco homônimo, conhecido como “Asa Branca”, lançado no mesmo ano.
 
 Realmente, sem dúvida, a capa pertença mesmo ao Paladin, pois é de se surpreender que uma banda estreante vinda lá do nordeste brasileiro, de Recife, pudesse ter uma capa feita por Roger Dean; não que isto fosse impossível, é óbvio, mas, diríamos, eram dois mundos muito diferentes e distantes. Eu próprio, quando vi a capa pela primeira vez, pensei: “Caramba, em 1972 tínhamos no Brasil um desenhista ilustrador que fazia capas de disco ao estilo do Roger Dean!”. Conheço bem o estilo de Dean: o uso de cores e o traço, e, na verdade, à princípio, eu cheguei mesmo a pensar que o próprio Roger Dean tinha feito uma capa para o Quinteto, mas não havia créditos do artista gráfico no verso do disco, e pairou a duvida.
 
 Assim, fica o grande mistério? O que realmente aconteceu? Sites na internet dizem que a gravadora lançou os dois discos “ao que se sabe, sem o conhecimento prévio de ambas as bandas”. Será? A coisa me cheira à pirataria interna de gravadora. Lembremos que o Quinteto era do cast da Philips, filial da matriz norte-americana surgida em 1950, enquanto o Paladin era da independente Bronze Records (LP Bronze ILPS 9190), gravadora surgida em 1971, a mesma do Uriah Heep, situada em Farm Chalk, London. Aliás, Dean também fez capas para essa banda.

Quanto ao Paladin, a banda se desfez neste mesmo ano, ao contrário do Quinteto, que seguiu adiante com um grande sucesso no Brasil, e relativo sucesso no exterior nas décadas seguintes, e continua na ativa ainda hoje.

Como se sabe, Roger Dean (foto) fez capas para meio mundo, em especial para bandas de rock, se destacando as capas feitas para a banda progressiva inglesa Yes; aliás, a maioria das capas do Yes é de Dean, inclusive o famoso logo. Quanto à capa do Paladin, o site My Space da banda traz o seguinte: “Famous album cover artist Roger Dean, designed THE PALADIN, a rider on a horse, for CHARGE!, claiming it to be one of his most difficult sketches.”. Traduzindo este trecho final, Dean alegou que “se trata de um dos seus mais difíceis esboços”.

O único senão que distingue ambas as capas, é o chapéu do cavaleiro: no disco do Quinteto, foi colocado um chapéu de cangaceiro, identificado pela aba dupla e a típica estrela no meio. O que eu acho mais incrível nesta ilustração, é que tem-se a impressão de que o Dean retratou mesmo um vaqueiro nordestino, naquela famosa pose de quem está rasgando a caatinga no encalço de uma rês desgarrada, e até o chapéu parece mesmo aquele chapeuzinho de couro tão usado pelos nordestinos. O blog Toque Musical trouxe o seguinte sobre este discreto pormenor:

“Em uma época em que no Brasil a questão de direitos autorais valia tanto como a lei que proibia fumar dentro de ônibus. Um tempo em que o respeito pela criação de outro não valia muito por essas bandas do sul (muitos dirão que isso ainda existe... ups!). O fato é que ao lançarem o disco do Quinteto, os produtores resolveram usar uma ilustração do artista gráfico Roger Dean, famoso por seus desenhos em capas de disco de rock (lembram do Yes?). Até aí tudo certo. Só que quem cuidou do trabalho de arte gráfica, achou por bem alterar o desenho, sem autorização do autor, mexendo um pouco nas cores e estilizando o cavaleiro em um vaqueiro nordestino (reparem o chapéu).

Depois de ter escrito este texto, publicado em 17/04/2009, hoje (22/05/2023), fuçando um exemplar do extinto jornal "O Pasquim" (O Pasquim. Ping. Nº 159. Rio de Janeiro. 18-24 jul. 1972, pág. 15.), encontrei este texto do crítico musical Júlio Hungria que, antes de mim, no calor da hora, fez a descoberta da maracutaia.


Não menos curioso é o fato de o disco do Quinteto nunca mais ter sido relançado com essa capa, o que se deu pela gravadora Philips/Phonogram em 1972, como vimos, mesmo ano do lançamento do Paladin. O site do Quinteto Violado disponibilizou o disco com a capa do Dean (pequenininha...), e afirmou: “Ainda não foi
relançado em CD, continua restrito ao formato vinil”. O estranho é que esse disco foi relançado (não sei que ano) e não se utilizou da capa “original” de Dean, sendo colocado, alienadamente, uma foto de umas gaivotas voando num céu azul e ensolarado!... E o disco, que não tinha nome, agora vinha com o título “Asa Branca”, a famosa música do sanfoneiro Luiz Gonzaga, música esta que era o carro-chefe do disco. As aves marinhas eram uma clara alusão à asa branca (a ave da música em questão), que, na verdade, é uma pomba muito comum no nordeste (Columba picazuro, foto). O engraçado é que muita gente que viu esse disco do Quinteto crê que aquelas aves são asas brancas... Como se vê, pintaram e bordaram com o disco do Quinteto!... Esse disco com essa nova capa, foi novamente relançado em 1979, pela Polygram/Fontana, na série “Fora de Série”, selo que relançou diversos discos de inúmeros artistas brasileiros na época.
O mesmo blog Toque Musical, diz em outro trecho da matéria:

“(...) Com certeza, o cara que cuidou da capa do Quinteto nem sabia da existência do Paladin e muito menos do Roger Dean, cujo crédito de criação nem aparece no disco. Não tenho certeza, mas acho que foi quando do lançamento do disco brasileiro no Japão que eles se tocaram para o fato. A partir daí, o primeiro disco do QV passou a ter outra capa.

O blogger Edson d'Aquino, do blog Gravetos & Berlotas, postando uma mensagem no blog Seres da Noite, revelou algo que merece ser checado:

Quanto à questão da ilustração do Roger Dean, estão todos certos. O diferencial é que um cabra da peste apeou um chapéu de cangaceiro no ‘paladin’ que aboiava o pangaré cibernético e vendeu pra Phillips (se não me engano) como se fosse uma ilustração de cordel de própria lavra. Rolou até processo, galera. Acho que a intenção era homenagear Lampião.”



É realmente surpreendente de como essa capa veio parar no Brasil, mais especificamente na Phonogram da Bahia. O livro de Dean, o belíssimo “Album Cover Album”, lançado em 1977, portanto cinco anos após o lançamentos dos discos, traz a capa feita para o Paladin.

Caso o fato citado pelo Edson seja verdade, é provável que esse ousado larápio tenha copiado a própria capa do Paladin. Se repararmos bem, na capa do Quinteto, o céu acima do cavaleiro é outro e há manchas escuras não existentes na capa do Paladin. Como se vê, houve alteração na imagem para que ela pudesse receber o logo do Quinteto.

Em 2008, Dean lançou um calendário que trazia, para o mês de maio, a pintura original do cavaleiro, sem o logo da banda Paladin.

Quanto às gravadoras Phonogram e a Polygram, que relançaram o disco da Philips, na verdade, eram a mesma empresa. A história de ambas começa em 1945, quando surge uma importante gravadora que, décadas mais tarde, tornaria-se uma das majors: a Sociedade Interamericana de Representações (Sinter), que sucessivamente passaria a se chamar Companhia Brasileira de Discos (CBD), CBD-Phonogram, Polygram, Polygram do Brasil e, na virada do século, Universal Music.


A PRIMEIRA CAPA EM AEROGRAFIA NO BRASIL

Sobre o Quinteto, recordo-me que só fui conhecer essa capa “original” em meados da década de 2000, e pensei que o ignorado autor (que o disco do Quinteto não traz os créditos) tinha feito o primeiro trabalho em aerografia para a capa de um disco brasileiro. Até então, tinha para mim que o primeiro trabalho nesse gênero pertencia ao primeiro e único disco da banda nordestina Ave Sangria (1974) – agora, vejo que o Ave Sangria, pelas mãos da equipe do ilustrador Sérgio Grecu, mantém, salvo engano, a primazia no feito; aliás, esta capa é desprezada por toda a banda, que preferia um logo feito pelo Lailson, cartunista de renome internacional, e, na minha opinião, trabalho inferior ao da equipe do Grecu. Lailson comentou esse seu trabalho: Quando o Tamarineira virou Ave Sangria, eles me pediram para fazer a capa e eu fiz um desenho em guache com uma mulher metamorfoseada em ave num cenário de um Nordeste visto com olhos ‘ácido-psicodélicos’”. Segundo o site Senhor F, fazendo referência à capa de Grecu, “o álbum tem uma das mais criativas capas da iconografia roqueira nacional”. Na verdade, reparem que ela não deve nada às capas de Dean. Nada contra o grande Lailson, que eu já conheço dos salões de humor de Piracicaba/SP, e, como o Dean, é artista de renome internacional. Sobre a pintura original e o logo em preto e branco, o baixista do Ave Sangria, o Almir de Oliveira disse: Na capa original, a ave não estava estática, ela voava. Tinha uma caveira de boi, uma coisa nordestina. Porque mesmo sendo rock, tínhamos uma musicalidade do Nordeste”.


OUTROS CASOS DE CAPAS SEMELHANTES

Ao que se sabe, esse caso do Quinteto e do Paladin, pode ser um caso único em todo o planeta. No entanto, há um outro caso algo semelhante, o da banda new wave Siouxsie & The Banshees, que lançou o disco “Tinderbox” (1986), com uma ilustração de capa muito semelhante, ou seja, o mesmo tornado utilizado no disco do Deep Purple, o ótimo “Stormbringer”, lançado em 1974. Quando morava em São José dos Campos, ao ver o disco da Siouxsie & The Banshees, de imediato notei que era a mesma ilustração usada pelo Deep Purple, e cheguei a pensar que era plágio na época.


O caso é explicado no site Wikipedia:

“The cover image of Stormbringer is based on a photo. On July 8, 1927 a tornado near the town of Jasper, Minnesota was photographed by Lucille Handberg. Her photograph has become a classic image, and was used and edited for the album's cover. The same photograh was used for Siouxsie and the Banshees album Tinderbox in 1986.”

Como se vê, ambas as bandas usaram uma antiga foto para comporem suas capas, só que uma delas inverteu horizontalmente seu sentido, bem como a posição do rancho. O Deep Purple, por sua vez, a recriou adicionando um pegaso e um raio, bem como colorindo as nuvens. A foto no original talvez seja em preto e branco, o motivo de a Siouxsie & The Banshees ter feito a capa em cor única.

Há também o caso da banda francesa de progrock, a Harmonium, cujo primeiro disco, “Harmoniun”(1974), tem a mesma ilustração da capa do primeiro disco da banda texana de symphonic prog, a Hands, álbum homônimo de 1977, mas neste caso, nota-se que foi utilizada uma antiga gravura, ao que parece da época medieval, logo, não foi plágio mas mera coincidência de idéias.


Há também o caso de plágio de ideias ocorrido com a banda norte-americana Savatage, cujo disco "Power Of The Night" (Atlantic Records), de 1985, lembra o do banda conterrânea Legs Diamond, com seu disco "A Diamond Is A Hard Rock" (Mercury Records), lançado sete anos antes, em 1978. (Agradecimento pela informação ao amigo Hélio, da comunidade do Deep Purple no Orkut.)


Um outro plágio de ideias, envolve o famoso grupo inglês de hard rock, o Uriah Heep, com seu disco de estreia "Very 'Eavy Very 'Umble" (Bronze Records), de 1970, e a misteriosa Life, banda inglesa de hard e progrock - grupo cuja história está envolta em mistério total - com o seu primeiro e único disco, o excelente "Life After Death" (Polydor Records), de 1974. Confiram:


Um outro caso de semelhante, que passou meio despercebido, foi o das capas dos discos "Sabotage" do Black Sabbath (1975, Vertigo, Phonogram), e o disco solo "One of The Boys" (1977, Polydor, Phonogram) do cantor Roger Daltrey. Notar que as gravadoras são as mesmas...


Um outro caso envolvendo grandes bandas e que também ninguém comentou, foi o da banda de R&B, a Earth, Wind & Fire, e seu disco "All 'n' all" (1977, Columbia/Legacyl) e o Iron Maiden com o disco "Powerslave" (1984, EMI). Não há como negar que as ideias são muito semelhantes.


Um caso curioso também, envolveu as bandas Hotlegs e, acreditem, Alice Cooper! A Hotlegs, cujo cantor seria bem conhecido depois na banda 10CC, o Eric Carmem, lançou seu disco "Thinks: Schools Stinks" em 1970, e a Alice Cooper provavelmente plagiou a ideia dois anos depois em seu "School's Out"...


Um caso recente envolve as bandas Rush e Rusted Soul: a primeira lançou seu primeiro disco em 1974, e a plagiadora em 2009. A Rusted nem teve nem o cuidado de disfarçar as cores das letras, que são a mesma!...



Um caso particular e especial, e não menos curioso, é o que envolve o disco "A Divina Comédia ou Ando Meio Desligado", dos Mutantes (Polydor, 1970 ), e o compacto "You've got to Pay" (45 RPM 7"), da banda inglesa cult The Only Ones, faixa extraída do disco "Even Serpents Shine" (1979, CBS). Levando-se em conta que os Mutantes fizeram uma representação fotográfica de uma ilustração desenhada com técnica de buril do artista Gustave Doré - a "A Visão do Inferno" -, inserida nos Cantos XXXI-XXXI" do livro "A Divina Comédia" (1315), de Dante Alighieri, é algo arriscado falar em plágio. Apesar de os Mutantes serem bem conhecidos e cultuados na Inglaterra, não se sabe se a banda inglesa conhecia esse disco deles, lançado 8 anos antes.


Veja a ilustração original de Gustave Doré aqui:


E já que estamos falando de inferno, existe, uma famosa ilustração antiga, que mostra um demônio tocando violino ajoelhado ao lado de um homem deitado numa cama, ilustração esta que foi utilizada, salvo engano, por duas bandas de rock, uma alemã, o Cornucópia (disco na versão brasileira, lançada em 1974), e outra italiana, o Goblin (utilizada em alguns discos), as quais, em breve, colocarei as capas dos respectivos álbuns. A citada ilustração representa o compositor Giuseppe Tartini, que sonhou com um demônio tocando violino, e depois compôs uma suíte com o que recordara do sonho, batizando-a de “Devil's Thrill” (O Trilo do Demônio).

OUTROS CASOS ENVOLVENDO GRAVADORAS NACIONAIS E ESTRANGEIRAS, MAS COM UTILIZAÇÃO DAS MESMAS CAPAS

Um outro caso surpreendente, envolve nada mais nada menos que o rei Roberto Carlos, em seu disco de estreia, “Louco por Você” (Columbia, 37171), lançado em 1961, cuja capa é a mesma do LP de Ken Griffin, “To Each His Own” (Columbia CL 1599), lançado em 1946. Por pura ironia do destino, este disco do Roberto é o único em que ele não saiu na capa, e lembremos que este é um dos discos mais raros e valiosos do Brasil, chegando a ser vendido até por 3 mil reais, só perdendo para o “Peabirú” do Zé Ramalho e do Lula Côrtes, que chega a 4 mil reais. Notar que ambos os discos foram lançados pela Columbia, portanto, foi algo que ocorreu entre gravadora matriz estrangeira e a filial no Brasil.




Veja nestes links mais detalhes sobre este caso que deixou o Rei fulo da vida:

Outro caso envolve a capa do quarto disco da banda jovem-guardista Renato e Seus Blue Caps, o LP “Isto é Renato e Seus Blue Caps” (CBS, 37433), lançado em 1965, que é a mesma do LP “Elgart au Go Go”, de Les & Larry Elgart (Columbia Records, CS 9155), também lançado em 1965. Neste caso também, os discos são da mesma gravadora. Lembrar que CBS é a sigla Columbia Broadcasting System. Segundo o blogger Emílio Pacheco, que me forneceu as informações sobre os discos do Roberto Carlos e do Renato e Seus Blue Caps, a "a CBS, nos anos 60, se servia de um 'banco de imagens, por assim dizer'".


Aqui, outro caso envolvendo a mesma gravadora, e novamente o pobre do Ken Griffin, falecido em 1959, teve outra capa sua plagiada, o disco "Sweet and Lively" (1960), cuja capa foi usada no disco "Baby" (Columbia, 1961), do cantor de rock brasileiro Sérgio Murilo.



UM CASO MENOR, O KISS E OS SECOS & MOLHADOS...

Enfim, considero esse caso do Quinteto Violado e o Paladin mais polêmico do que o que envolveu os Secos & Molhados e a banda Kiss – assunto que, embora mil vezes “desmascarado”, nunca sai da ordem do dia – o de que o Kiss imitou a pintura facial dos Secos e Molhados. 

No entanto, o caso em questão é coisa muito séria, e, além do mais, é baseado em fatos reais e com provas materiais, mas quem poderia elucidar este enigma só mesmo o Roger Dean (se é que ele está ciente disso), ou o pessoal do Quinteto e os responsáveis pela então gravadora Philips/Phonogram (Paulo de Tarso e Roberto Santana). 

Este caso só não deu um ibope à altura dos Secos e do Kiss – caso que não passa de mera especulação, palavra de um contra palavra de outro – , porque o Paladin não veio a se tornar uma banda famosa assim como Kiss, bem como o Quinteto não é tão popular fora do Brasil. Do contrário, com o sucesso de ambas as bandas, isto poderia ser comparado ao Secos & Molhados roubar a capa de um disco do Kiss, ou vice-versa. Já imaginou o ibope e a polêmica? Mas, sou da opinião que este caso do Quinteto e do Paladin é um assunto está crescendo e ganhando popularidade entre os rockeiros do Brasil e de todo o mundo, e esta é uma colaboração minha - e colaboração não pequena, reconheça-se -, pois fui mais fundo no assunto do que todos os outros internautas que escreveram sobre ele. E por falar nos Secos & Molhados, antes de findar este parágrafo, o que você me diz disto, amigo?



Pois é, aproveitando o megasucesso do grande Secos & Molhados, uma nova banda veio em sua cola, o malfafadado Assim Assado, grupo que não passou do primeiro disco. Lançado no mesmo ano que o segundo do Secos & Molhados, 1974, o disco passou despercebido e não aconteceu. Hoje, é mera curiosidade para se baixar nos blogs, mas se diz que o som da banda é competente e merece ser checado.

O blog Brazilian Nuggets (onde você pode baixar o disco), comenta essa banda:

“O nome da banda e a capa do disco revelam explicitamente a influência: Secos e Molhados. Investindo na androgenia, no rock progressivo e no samba-soul, Assim Assado tentou ser uma resposta da pequena Companhia Industrial de Discos ao enorme sucesso que os Secos e Molhados faziam junto ao público jovem. Liderado por Miguel de Deus (ex-Brazões), que assina a maioria das composições e assume a guitarra e os vocais, o grupo nunca chegou a decolar, deixando apenas esse único disco, hoje quase esquecido. Curiosidade: em 1977 Miguel de Deus cai de cabeça no funk, lançando o bastante interessante (e raro) ‘Black Soul Brothers’”.

Ah, lembrem-se que “Assim Assado” é nome de uma das músicas deste LP dos Secos & Molhados...
 
Quando me refiro ao plágio de capas envolvendo o caso dos Secos & Molhados, como se não bastasse o fato de o Assim Assado se batizar se apropriando do nome de uma música dos Secos & Molhados, digo que houve um "plágio" no que diz respeito ao Assim Assado fazer uma capa no mesmo estilo: as cabeças pintadas numa mesa, as cabeças pintadas num caldeirão... É um truísmo berrante e garrafal que aquilo tudo é clara alusão aos Secos & Molhados, para ser mais específico, no mínimo, plágio de ideias. O curioso da história é que a "comida" dos Secos & Molhados chegou à mesa e foi servida (e bem servida!); a do Assim Assado não passou do caldeirão... Aliás, que eu saiba, ninguém assa coisa alguma em caldeirão... Brincadeiras à parte, o disco do Assim Assado é sim um bom disco, e quanto ao músico Miguel de Deus, é um grande musico, e o disco que ele lançou três anos depois da dissolução do Assim Assado, o "Black Soul Brothers", é um clássico e cultuadíssimo disco de soul music. Aliás, sobre esse disco, foi feito um documentário em 2008.


CONSIDERAÇÕES FINAIS

Como o assunto predominante neste post tem a ver com rock, antes de encerrar, imagino que muito internauta irá perguntar o que o tal do Quinteto Violado tem a ver com rock. Pois bem: só para ficar em três bons exemplos de bandas que fundem música nordestina com rock, lembro o Jorge Cabeleira, o Cordel de Fogo Encantado e, por último, o Mestre Ambrósio. Ops!, ia me esquecendo: tem eu também... pois é, modéstia à parte, também sou cria direta do Quinteto, que, junto com o Ave Sangria, o Hermeto Paschoal e o Quinteto Armorial, são a minha principal escola de música nordestina (sou guitarrista/violonista).

Aproveito este espaço também, para fazer uma homenagem ao grande mestre Toinho Alves (foto), um dos cabeças do Quinteto, que faleceu em 29 de maio de 2008 – uma perda mais que irreparável para a música brasileira, e, porque não, para a mundial. Prometo numa futura postagem, fazer uma dissecação dessa genial banda nordestina, que tinha qualidade instrumentais únicas no país.

Aqui, para os que quiserem checar, os links dos outros blogs que escreveram sobre este assunto antes de mim. Neles, inclusive, os internautas poderão baixar ambos os discos do Quinteto e do Paldium, que são duas pérolas:

VEJAM ABAIXO OS COMENTÁRIOS DO LAILSON, DO SERGIO GRECU E DO ADILSON, QUE JÁ LANÇARAM ALGUMA LUZ NO MISTÉRIO NO CASO DO QUINTETO E DO PALADIN!

BIBLIOGRAFIA
34 fontes
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